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Mostrando postagens de dezembro, 2018

AGAPAO

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O apóstolo João, em sua primeira epístola, traz aos cristãos o seguinte mandamento: “Amados, amemo-nos uns aos outros porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 João 4, 7). A ordem é a seguinte: agapao . Agapao no grego é “receber com alegria”, “acolher”, “amar ternamente”, com respeito às pessoas significa “estar satisfeito”. Não há possibilidade de amar quem nunca passou pelo acolhimento; não existe amor entre duas pessoas que não se receberam com alegria. Não é amor se algo que os amantes sentem não seja terno, suave e pacífico. O amor traz um estado de satisfação de modo que não existe a necessidade de algo a mais. O plus no amor é desnecessário. Por que devemos amar? Devemos amar porque o amor procede do eterno Deus. O amor tem origem no Eterno; ele é a fonte do amor. O banquete de amor ( ágape no grego) é posto por Deus. Associe amor com banquete. Lembre-se do livro O Banquete de Platão. Entre os amantes sempre há um ba

CATARINA

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Sabe quando você está assim sei lá? Então, eu estou assim. Parece-me que as coisas não estão fluindo. A minha impressão é que tudo o que eu faço não está bom para a Catarina. Sequer estou conseguindo escrever. Não durmo o famoso sono dos justos. Até durmo, mas acordo cansado e com sono. Não tenho disposição para nada, nem para o sexo. Eu era um leitor contumaz, não sou mais. Só sei trabalhar. Não estou desempenhando a minha função com diligência. Tornei-me um desidioso. A minha vontade era me tornar um vagabundo, sem rumo determinado, que perambula por aí. Catarina esqueceu-se de mim, não me procura, não me deseja, não sente mais excitação. Claro que ela não liga mais pra mim, perdi o apetite sexual, não tenho mais ereções como tinha antigamente. Estou doente. Minha diabete está mal controlada. A falta de controle acarretou na impotência sexual. Eu até controlo o açúcar, não sou de comer doces, mas como muita massa e tomo bastante cerveja. Na verdade, bebo para esquecer. Bebo par

ENTÃO É NATAL

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Simone cantou “Então é natal/ e o que você fez?”. Podemos filosofar a partir dessa música embora ela seja natalina. Não precisamos esperar o natal para refletirmos em torno das coisas que estamos fazendo. O que estamos fazendo? Fazer é desenvolver algo a partir de uma ação. Quais foram as nossas ações até aqui? Para a filosofia, a ação é a maneira específica da atividade humana, resultado de sua condição de ser livre. A diferença entre o homem e os demais seres vivos consiste no fato de o homem ter nascido livre e não programado geneticamente como um animal o é. Isso é muito bom porque gozamos de liberdade e isso também é muito ruim porque somos eternamente responsáveis pelas nossas ações, sejam elas boas ou más. O filósofo Immanuel Kant formulou a seguinte questão: o que devo fazer? O ser livre está perpetuamente condenado ao ter de agir. Fazer escolhas é algo natural na vida do homem livre. Escolher entre o bom e o ruim, entre o bem e o mau, entre o certo e o

EXPOSIÇÃO DE MATEUS 21, 18-21

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Jesus havia pernoitado em Betânia e, logo cedo de manhã, acordou com fome. Deparando-se com uma figueira à beira do caminho percebeu que ela não tinha frutos, somente folhas. Jesus de Nazaré deu uma ordem à figueira a partir de sua constatação: “Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente.” (Mateus 21, 19). Os discípulos de Jesus ficaram admirados quando ouviram a ordem de seu mestre. Sem demora exclamaram: “Como secou depressa a figueira!” (Mateus 21, 20). Jesus, portentoso em toda sabedoria, respondeu a exclamação, dizendo: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: ‘Erga-te e lança-te no mar’, tal sucederá.” (Mateus 21, 21). Ao fazer a leitura, é possível perceber que Jesus usou a condicionante “se”. “se tiverdes fé”. O pré-requisito é ter fé - “... A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10, 17). Nenhuma outra pa

TRANSIÇÃO

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Em uma tarde de domingo, por volta das 18 horas, Lupércio convidou sua namorada para irem a uma igreja diferente daquela que eles estavam acostumados a frequentar. Paula prontamente aceitou o convite. Os dois foram e participaram do encontro. Paula gostou da igreja. Depois de uma conversa, os dois decidiram congregar na comunidade de fé que haviam visitados. Fizeram a transição de uma igreja para outra. Transição é uma ação, é o efeito de passar implicando mudança na forma de ser ou estar. Lupércio e Paula deixaram de ser pentecostais para serem reformados; estavam na Igreja Assembleia de Deus e agora estão na Igreja Presbiteriana. Transição, portanto, é um processo de passagem. O verbo “ser” denota essência. Houve uma transição de ser. O casal deixou de ser pentecostalista. Tornaram-se reformados. A transição provoca transformação, no caso em questão, transformação do ser. Diferentemente do filósofo Parmênides, autor da escola Eleática, eu creio na transição/transformação d

O REINO DOS CÉUS É UM REINO DE CRIANÇAS

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Em um dado momento, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram quem é o maior no reino dos céus. Jesus chamou uma criança, colocou-a em evidência e disse aos seus seguidores que, “se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mateus 18, 1-3). Jesus estava dizendo que o Seu reino é um reino de crianças, senão vejamos: Faz-se necessário dizer que o reino dos céus não é algo que ainda virá e sim uma realidade que já veio com a primeira vinda de Jesus de Nazaré (“Daquele momento em diante Jesus passou a pregar e dizer: ‘arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus,’” – Mateus 4, 17). Jesus manifestou o reino operando milagres, curando, expulsando demônios, acolhendo, sentando a mesa, entre outras manifestações. A igreja não é o reino, embora a igreja manifeste a realidade do reino através de suas ações. A palavra “criança” es

PLANEJAMENTO

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No último dia de novembro, por volta da hora do almoço, Josias e Tarsila conversavam sobre o futuro. Haviam celebrado as bodas há pouco tempo. Um casal inexperiente, porém desejosos em planejar o futuro com responsabilidade. Planejaram viagens, cursos, momento a sós, falaram, inclusive, sobre filhos. Fazer um planejamento é criar um plano para alcançar um determinado objetivo. O “ento” do “planejam ento ” revela que o plano está provido de alguma coisa. Provido de quê? Provido de criatividade. Note, caro leitor, que fazer um planejamento é criar um plano para alcançar um determinado objetivo. “criar” e “criatividade” têm a mesma origem. Só cria quem tem criatividade. Josias e Tarsila foram criativos na elaboração do plano para o futuro. O porvindouro é como uma tela em branco. O artista idealiza a imagem, faz os desenhos e finaliza pintando a tela. Faz-se necessário deixar claro que nenhum quadro está terminado; o destino não é uma obra pronta e acabada, é sempre possível faze