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Mostrando postagens de abril, 2016

SÉRIE: NOSSA GENTE: A nota de sua vida - Eduarda Santos

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   Margarete se lembrava claramente da sensação que sentia, todas as vezes que os seus dedos deslizavam nas teclas do piano, era como se por um segundo o mundo desaparecesse. As notas musicais funcionavam como um elixir para a sua alma despedaçada.                 Às vezes tudo que carregamos em nosso peito, é dor, e nos tornamos reféns dela. Margarete queria expulsar para longe a sua tristeza, se fosse possível mandaria para alguém que deslumbra um sorriso verdadeiro todos os dias.                  Desde que o câncer no pulmão levou o seu pai para bem longe de sua presença, ela se afoga nas musicas. Tocou tantas vezes ‘’Gloomy Sunday’’, que está cogitando seriamente a hipótese de se entupir de remédios para curar essa obsessão.                  O seu pai, um homem bom e honesto, nunca deixou de tocar. Até mesmo quando estava doente, apesar de sua fraqueza e indisposição, não se separou de seu piano. Morreu feliz, pois no seu ultimo suspiro, morreu tocando.                   E

SÉRIE: NOSSA GENTE: IR EMBORA - Natália Aloíse

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Temos dificuldade em ir embora. Esse ir embora de si mesmo, do sofrer, das coisas que nos fazem mal, das pessoas que nos levam pra baixo. Apegamos-nos muitas vezes a circunstâncias que não são as melhores. Mas como saber quando são? Não temos como saber! Não saberemos se o emprego que paga melhor será o mais satisfatório, se o novo namorado será mais atencioso, se o carro novo mais confortável. Está certo que nos adaptamos a tudo nessa nossa vida, mas que raio de mania é essa de a gente se acomodar ao comum, ao mais confortável? Ou àquilo que nos faz mal, mas que em algum momento nos preenche o dia? Mas, ah! A gente se acostuma! É nessa de se acostumar que desprezamos quem nos ama, que somos desprezados por quem amamos, que estamos em empregos mais ou menos, em relacionamentos mais ou menos e que vamos criar filhos mais ou menos. Você quer ter filhos? Eu não! Não por ser egoísta, mas por tentar ser lúcida em um mundo em que eu ainda não entendo. Meu legado nessa vida eu ainda não sei,

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Por acaso o acaso é um caso pensado? Seria o caos um produto do acaso? A desordem não seria uma forma de ordem? O incerto e o imprevisível não são necessários? Por que a vida não pode ser um acontecimento causal diário? Por que o poeta tem que escrever em linhas retas? Ele não seria feliz se também escrevesse em linhas tortas? Será mesmo que há um jeito certo de viver? Perguntas são melhores do que perguntas. Respostas podem não responder perguntas. Perguntas respondem perguntas. Perguntas respondem respostas. Imagem da internet, Luís José Braga Júnior