EXPOSIÇÃO DE MATEUS 21, 18-21
Jesus havia pernoitado
em Betânia e, logo cedo de manhã, acordou com fome. Deparando-se com uma
figueira à beira do caminho percebeu que ela não tinha frutos, somente folhas.
Jesus de Nazaré deu uma ordem à figueira a partir de sua constatação:
“Nunca mais nasça fruto
de ti! E a figueira secou imediatamente.” (Mateus 21, 19).
Os discípulos de Jesus
ficaram admirados quando ouviram a ordem de seu mestre. Sem demora exclamaram:
“Como secou depressa a
figueira!” (Mateus 21, 20).
Jesus, portentoso em
toda sabedoria, respondeu a exclamação, dizendo:
“Em verdade vos digo
que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à
figueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: ‘Erga-te e lança-te no mar’,
tal sucederá.” (Mateus 21, 21).
Ao fazer a leitura, é
possível perceber que Jesus usou a condicionante “se”. “se tiverdes fé”. O pré-requisito
é ter fé - “... A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos
10, 17). Nenhuma outra palavra, a não ser a palavra de Deus, é capaz de
produzir fé. A fé brota em nós quando ouvimos a pregação do evangelho, sola scriptura. Portanto, para que a
nossa oração seja respondida é necessário ter fé.
Como o Novo Testamento foi
escrito em grego, “fé” no texto supracitado é pistis. Pistis é uma
crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas
divinas. Fé é um relacionamento entre criatura e Criador. Fé sem relacionamento
pode ser qualquer coisa, menos fé. A fé implica relacionamento com o Eterno.
Então, para termos as nossas orações respondidas precisamos ter um
relacionamento com o Pai Nosso.
“... Se tiverdes fé e
não duvidardes...”. Bom, já vimos que a fé não é mera convicção. A fé
transcende a convicção. Além de termos fé, faz-se necessário não duvidarmos. “Duvidardes no grego é diakrino e isto significa “estar
em divergência”. Aí eu pergunto: estar em divergência com o quê? Estar em
divergência de que estamos num relacionamento com Deus.
O nosso relacionamento
com o Eterno foi truncado por causa da queda. Pecamos e a consequência do
pecado foi a inimizade entre nós e Deus. Entretanto, disse-nos o apóstolo Paulo
que aquele que não conheceu o pecado – Jesus Cristo – se fez pecado por nós,
para que nele – Jesus – fossemos feitos justiça de Deus. Neste processo, que
aconteceu na morte do Senhor Jesus, Deus, por meio de seu filho, reconciliou-se
conosco (II aos Coríntios, capítulo 5).
Reconciliar (katallasso no grego) é conciliar aqueles
que estavam em divergência. Estávamos em divergência com Deus. Agora, por meio
de Jesus Cristo, estamos de bem com Deus, portanto, podemos voltar a nos
relacionar com ele, e assim termos as nossas orações respondidas.
Luís José Braga Júnior
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