O REINO DOS CÉUS É UM REINO DE CRIANÇAS
Em um dado momento, os discípulos se aproximaram de
Jesus e perguntaram quem é o maior no reino dos céus. Jesus chamou uma criança,
colocou-a em evidência e disse aos seus seguidores que, “se não vos
converterdes e não vos tornardes como crianças de modo algum entrareis no reino
dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no
reino dos céus.” (Mateus 18, 1-3). Jesus estava dizendo que o Seu reino é um
reino de crianças, senão vejamos:
Faz-se necessário dizer que o reino dos céus não é
algo que ainda virá e sim uma realidade que já veio com a primeira vinda de
Jesus de Nazaré (“Daquele momento em diante Jesus passou a pregar e dizer:
‘arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus,’” – Mateus 4, 17). Jesus
manifestou o reino operando milagres, curando, expulsando demônios, acolhendo,
sentando a mesa, entre outras manifestações. A igreja não é o reino, embora a
igreja manifeste a realidade do reino através de suas ações.
A palavra “criança” está relacionada com outra
palavra, a saber, “crescer”. Criança é aquela que está crescendo. O súdito do
reino é aquele que está sempre disposto a crescer. Paulo escreveu em sua carta
aos romanos que através do evangelho de Cristo descobrimos a justiça de Deus de
fé em fé. Perceba caro leitor, que “de fé em fé” nos dá uma ideia de
progressão.
“Se nãos converterdes (...) como crianças”. “Converterdes”
(strepho, no grego) é mudar a mente
de alguém. Converter-se é mudar a mente com a finalidade de adquirir a mente de
uma criança. Pesquisando sobre o assunto aprendi que a criança não aprende
engatinhar, ela pratica o que já sabe. Ela age influenciada pelo instinto. Os
processos involuntários servirão de meios para que a criança seja capaz de
entender o seu mundo. Adquirimos a mente de uma criança para que os processos
involuntários da nossa caminhada sirvam de meios para que sejamos capazes de
entender o nosso mundo. Paulo propõe em Romanos 12 uma mudança de mente. A
transformação da mente proposta por Paulo implica transmutação das faculdades
de perceber e entender bem como a habilidade de sentir, julgar, determinar,
poder de ponderar e julgar pensamentos, sentimentos, propósitos e desejos.
“(...) e não vos tornardes como crianças de modo
algum entrareis no reino dos céus”. “Tornardes” no grego é ginomai. Ginomai é começar a ser. Aqui é uma exigência de Jesus, um
pré-requisito. Se alguém quiser entrar no reino de Deus deve começar a ser
como criança. Isso fica claro no diálogo entre Jesus e Nicodemos, onde o
Mestre diz “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João
3,3). É possível uma pessoa nascer adulta? Não, né!?!
Dessa forma, o reino dos céus é um reino de
crianças. O reino é composto por pessoas que estão em constante crescimento e
amadurecimento de fé. Os súditos do reino de Deus têm a mente transformada pela
renovação do entendimento; a nova consciência é adquirida a partir do evangelho
de Jesus de Nazaré. Tornar-se uma criança é uma exigência para fazer parte do
reino dos céus.
Luís José Braga Júnior
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