A EQUAÇÃO DO AMOR
No agreste paraibano, numa cidade chamada Araúna,
Valberto Faustino da Silva, 22 anos, declarou seu amor à sua companheira,
Joelma Santos Silva, 43 anos, que precisou tirar um dos seios após ser
diagnosticada com câncer de mama.
Gostaria de propor-lhes uma reflexão sobre o amor em
torno desse caso concreto.
Feita a proposta, é preciso destacar que amor
pressupõe relacionamento. No capítulo 4 da sua primeira carta, João nos traz a
novidade de que Deus é amor. Deus é ágape (no grego). E ágape é o amor relacional.
Podemos pensar no amor como uma equação. O amor é o
resultado da soma de afeição, atitude de entrega, cuidado e de correção (amor =
afeição + atitude de entrega + cuidado + correção).
Valberto e Joelma permanecem juntos porque existe
afeição entre eles e este afeto é recíproco. Não quero fazer da minha
experiência pessoal uma regra, mas, a partir do meu tentame pude perceber que a
afeição não resiste à falta de reciprocidade. Se não existe afeição recíproca a
equação não fecha e se a equação não fecha não existe amor.
A afeição que brotou no coração dos dois os conduziu
a uma atitude de entrega. Amar é se entregar ao outro. Há uma entrega mútua no
amor. Os indivíduos são transformados numa só carne na medida em que se entregam
mutuamente. A primeira pessoa do singular (eu) deixa de existir para que exista
a primeira pessoa do plural (nós).
Quando Joelma descobriu o câncer e foi contar para o
seu companheiro, disse a Valberto que ele não estava obrigado a ficar com ela e
que ele estava livre para viver sua vida. O jovem respondeu que estaria com a
sua companheira até o fim e que lutariam e venceriam a doença juntos. Sendo
assim, é possível concluir que Valberto cuidou da sua mulher. Paulo em I
Coríntios 13 expõe que o amor não busca os seus interesses; o amor é paciente e
benigno. Ainda que tenha sido doloroso o processo de cura, os amantes
permaneceram juntos porque o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo
suporta.
Apesar da diferença de idade entre o casal, todo par
pode, precisa e deve aprender um com o outro. Um é o espelho do outro e neste
espelho é possível enxergar defeitos e qualidades. Amor sem correção não é
amor. O casal deve se corrigir para que haja crescimento, aperfeiçoamento do
romance e amadurecimento. Paulo também escreve que o amor não se alegra com a
injustiça, mas regozija-se com a verdade.
Pois bem, os companheiros Valberto e Joelma podem
ser exemplos do amor resistente para muitos casais que precisam decidir sobre
seus relacionamentos. Se a equação fecha então é amor, se não fecha...
Corram! Pensem nisto!
Luís José Braga
Júnior
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