À DERIVA

 De quando em quando parece que estamos num barquinho em alto-mar, de repente a onda vem e nos lança para fora. As águas estão agitadas e os nossos braços não têm tanta força para nadar.

Não sabemos para onde ir, sequer temos a direção de um lugar seguro. O desespero toma conta do nosso ser. As braçadas perdem o ritmo agitado tornando-se cada vez mais espaçadas. Bate o cansaço, o fôlego falta... Afundamos. Água salgada entra pelo nariz, ocupa os pulmões e arrebenta as células do sangue. Sorvemos muita água, o pulmão se transforma em charco, asfixiamo-nos, a consciência dá lugar à inconsciência, enfim morremos.

Sim, às vezes, sentimo-nos que estamos à deriva. Se este sentimento toma conta da nossa mente, logo precisamos nos atentar para o que está acontecendo. Estar à deriva é perder a rota. Somos o capitão do navio, isto é, da nossa vida. Por que desviamos da rota? Ou será que as ondas que nos atingiram foram tão fortes ao ponto de fazer com que o barco da existência saísse do caminho planejado? O barco, ou, melhor dizendo, a nossa existência é frágil ou as ondas quem são forte?s Os tamanhos do barco e da onda dependem da forma que enxergamos. Tudo depende da visão que temos.

Jesus em Mateus 6 nos ensina que a rota da nossa existência é iluminada pelos olhos da mente. A mente está relacionada com as funções do cérebro como a potência intelectual, funções cognitivas e comportamentais do ser humano. É o olho da mente que ilumina a rota. Em 1923, em seu livro “O Ego e o Id”, Sigmund Freud divide a mente humana em três partes: 1) ego – parte da personalidade que trabalha para alcançar o equilíbrio e impedir os impulsos básicos criados pelo id; 2) superego – instância psíquica que busca a regulação moral condicionada pelas exigências sociais e culturais; 3) id – instância mais profunda e vasta, a qual contém reservada a energia psíquica, ou seja, as pulsões que são regidas pelo princípio do prazer, em busca de satisfação do desejo, alheios à realidade e à moral. Pois bem, Jesus de Nazaré estava dizendo que a nossa mente fora criada com perfeição e, por isso, é capaz de iluminar a rota da nossa existência. Novamente: tudo vai depender da forma que enxergamos.

Jesus disse mais: se os olhos forem bons a rota será bem iluminada. A nossa mente tem a estrutura necessária para que possamos discernir o caminho, o mar, as ondas, as circunstâncias, a altura, a profundidade o comprimento, as dificuldades, o tempo, as estações, os sabores etc. Agora, se os nossos olhos forem maus, as ondas nos submergiram, o barco irá afundar, as águas entrarão no pulmão, seremos asfixiados, morreremos e tudo isso porque os olhos da mente não iluminaram bem a rota do barco da nossa existência. Temos condições suficientes para compreender. Discernir é preciso. Nossa mente, a consciência adquirida, nossos sentidos quando bem usados, com certeza iluminarão o nosso caminho. Deus está nisso? Sim, pois foi Ele que nos fez desse jeito. Destarte, não precisamos da ação do Espírito Santo? Claro! A ação do Espírito de Deus consiste em nos mover pelo caminho, nessa conformidade, em todo tempo o tempo todo estamos sendo norteados por Ele.



Luís José Braga Júnior

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