Afogado no Sentimento



Procurava alguém que tivesse a mesma devoção, fidelidade e compromisso que eu tinha. Busquei, vasculhei e encontrei uma pessoa. Foi como encontrar um diamante. O regozijo era de quem havia encontrado uma peça rara. Ela parecia uma santa – de santa não tinha nada – mas era gente, ser humano, de carne e osso. Fui ao Paraíso, no entanto, os meus dias estavam contados lá. Neste lugar, gozei de uma paz indizível; desfrutei da alegria da comunhão. O Paraíso é um ambiente onde o amor pode ser gerado. Nem sempre é, nem sempre consegue ser. Aqueles que não conseguem gerar o amor chamam o Paraíso de Averno. A chama foi acesa em mim, porém, não nela. Infelizmente, os dias que passamos no Averno não resultaram em um romance, como havia sonhado. Saí de lá frustrado e aborrecido. O sentimento que fora gerado em mim, e não nela, começou a sufocar-me. O desgosto afogou-me. Hoje estou aqui, deitado em minha alcova, vegetando, agonizando e esperando o findar dos meus dias. Este foi o suplicio daquele que fora afogado pelas águas turvas, do oceano bravo, chamado Sentimento. 


Luís José Braga Júnior

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