O FRIO E A IGREJA – AQUELE HOMEM ERA JESUS
“[...] estava nu, e me vestiste [...] Senhor, quando
foi que te vimos [...] nu e te vestimos? [...] Em verdade vos afirmo que,
sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes [...]”
(Mateus 25, 36.38.40)
Senti-me culpado ao saber que um morador de rua
morreu vitima da madrugada mais fria do ano de 2016, na cidade de São Paulo.
Em situações em que a temperatura chega abaixo dos
13ºC, na capital paulista, a Operação Baixas Temperaturas, da Secretaria de
Assistência e Desenvolvimento Social, entra em ação para oferecer acolhimento
aos moradores de rua.
A prefeitura fez a sua parte. Será que nós, enquanto
Igreja, temos feito a nossa?
Quando li a notícia, logo pensei: ele só morreu
porque eu tinha um casaco a mais no armário.
Relacionando o triste fato com os versículos
supracitados, posso concluir que, deixei Jesus nu. Não o vesti. Naquele dia, o
morador de rua era Jesus. Perdi a oportunidade de servi-lO quando deixei de
entregar um agasalho àquele homem.
Armário lotado é sinal de que falta roupa para alguém.
Mesa com pão em excesso mostra que falta pão na mesa
de alguém.
Acúmulo de bens implica na falta de bens para
alguns.
Enfim, quando um tem de mais, o outro tem de manos.
Deus nos dá, para que possamos compartilhar aquilo
que temos com o próximo. Paulo, em II aos Coríntios, capítulo 8, testemunhou
que a igreja pobre da Macedônia, ajudou a igreja da Judéia, que era mais pobre
ainda.
Tiago defende que, não adianta nada, dizer a uma
pessoa, carecida de roupa, “idem em paz, aquecei-vos”, se não damos para ela a
vestimenta necessária, afinal a fé, se não tiver obras, por si só é morta.
É só perambulamos pela cidade que veremos Jesus
passando fome, sede, frio, preso, enfermo, sozinho etc.
Nós, Igreja, vestimos Jesus quando vestimos alguém.
A Igreja peca quando deixa de vestir o desprovido de
vestimenta.
Que AQUELE, que muitas vezes não vestimos, mas O deixamos
nu, nos perdoe.
Luís Braga
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