O CANARINHO CANTADOR
Todos os dias, na
aurora, o canarinho saia do seu ninho, no galho da árvore e voava até a janela
dela. Lá o passarinho abria o bico e começava cantar. Cantava, cantava e
cantava até ela acordar. A jovem abria a janela do seu quarto e ficava admirada
com o canto do bicho artista. A moça nem precisava mais de despertador porque a
avezinha iniciava o seu espetáculo sempre no mesmo horário. O Canário do Reino
era fiel ao seu compromisso. Poderia fazer frio ou calor, mesmo com chuva ou
sol independente da estação do ano, o bichinho sempre aparecia na janela do
quarto da linda menina. Um dia, logo pela manhã, o canarinho dirigiu-se ao
lugar de costume e cantou seu melhor repertório, mas a menina não aparecia na
janela. O cantor da aurora ficou extremamente desesperado, procurou sua amada
em todos os cantos externos da casa... Depois de tanta procura, o pobre
cantador descobriu que sua fiel espectadora, para sua tristeza, havia mudado de
casa. A ave frustrada nunca mais foi a mesma. Deixou de cantar. Perdeu a
alegria de viver. Em um amanhecer sem graça, o ex-cantor percebeu que seu ninho
ficava num galho muito alto, resolvendo assim matar-se. A morte foi consumada.
Morreu o canarinho.
Luís Braga
Que dó! Que estória triste! Não tem jeito de mudar o fim, não?
ResponderExcluirA vida tem o seu lado triste, Lia. Abraços, amiga leitora e escritora.
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